Vamos lá rapaziada, esse blog será uma maneira mais oficial de comentar, explicar, tirar dúvidas... Ou simplesmente desabafar sobre a semana de um Menestrel.

A idéia é escrever um texto semanal contando um pouquinho do que aconteceu e do que vai acontecer em breve. Deixar os leitores a par de todas as estréias e aulas, contar algum fato inusitado, explicar como um determinado projeto está acontecendo ou em que fase ele está.

Além desse texto semanal, todo mês, o “ANDANDO PELO PALCO” mostrará um conto interessante ou engraçado que aconteceu com um Menestrel desde nossa chegada em SP em 1991.

A parte de dúvidas e comentários é de extrema importância, pois através dela poderei me comunicar diretamente com a galera. ESCREVAM COM CONVICÇÃO.

Terá uma coluna extra-menestrel... a parte de cinema será feita por Ligia Veratti no "dica dalí , no "segunda atenção" estarei informando também sobre coisas que eu gosto, como esporte ou alguma atividade artística original.

E para completar convidei o Rafael Bernardino e o Erico Baldon para toda semana escrever uma pequena frase divertida para que todos “reflitam” sobre ela.

Beijo grande,
Candé

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Vale Encantado

-Nesse clima de fim de temporada do Vale Encantado e preparação de estréia do Lendas, resolvi contar um pouco de como nasceu o primeiro Vale Encantado, acho que tem coisas legais para contar.

Era começo de 1992 e estávamos recém chegados no Dias Gomes (passamos 1991 no Auditório Augusta montando Noturno), e havíamos acabado de montar “Mayã”.
O Oswaldo (Montenegro, óbvio), estava com uma idéia de deixar uma Companhia funcionando com várias peças durante a semana, o que realmente aconteceu, chegamos a fazer, segunda e terça: Noturno, quinta e sexta: A Dança dos Signos, sábado e domingo (à tarde): Vale Encantado e sábado e domingo (noite): Mayã.

Para quem não sabe, a idéia do Vale Encantado é a de que todos os personagens do mundo infantil, moram juntos em um vale encantado. Só quando uma criança no mundo real começa a sonhar é que eles incorporam seus personagens e vão atuar em suas histórias.

O mais interessante dessa primeira montagem é que diferente de hoje em dia, no qual todas as músicas da peça foram escritas pelo Oswaldo, toda a trilha do espetáculo era com as músicas dos BEATLES, isso mesmo dos BEATLES. Ou seja, o Vale, que já é em seus textos um, “infantil para adultos” imagina com essa trilha que desperta no pessoal quarentão uma emoção incrível.

Para fazer a galera sonhar, imaginem as músicas: A Fada Azul era Lucy in The Sky With Diamonds, Pinoquio: Ticket To Ride, João Vigilante: Come Together, Bruxa: Get Back, Esportes: Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band (quem estourava bola era o Capitão Gancho), e a música da fuga do Vale era: The Long And Winding Road, entre outras.

E para matar do coração o público, o fim da peça era embalado por Imagine (John Lennon), ai...ai...

Os ensaios eram todos os dias (isso... todos os dias), às 9h da manhã (isso mesmo!!!), e o Elenco era:
Papai Noel: Gordo Marques
Robin Hood: Candé
Lady Marian: Alessandra
Príncipe: Deto
Rapuzel: Dédora Reis
Fada Azul: Evelyn Klein
Pinóquio: Edu Carmello
Gepetto: Paulo Branco
Sininho: Erica Farias
Capitão Gancho: Marcelo Várzea
Peter Pan: Cauê
Lobo Mau: Hastafari
Vóvo: Débora Reis
João Vigilante: Candé
Branca de Neve: Tânia Maia
Gato de Botas: Marquinho de Vita
Pirata: Márcio Guimarães
Frey Tucky: Serginho Carvalho
Chapeuzinho: Ana Borges
Soldadinhas de chumbo: Carolina Castink e Rejane Arruda

Demais, VALEU!!!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

HAIR!!!

Sempre acreditei que tudo que você passa, vê, ou simplesmente ouve falar, ajuda em suas influências pessoais ou profissionais.

Estava aqui, fazendo uma relação do elenco que vou convocar para uma mini-temporada do "Tempo da Flor" em julho (para quem não sabe, é um musical que escrevemos baseado no filme Hair, de Milos Forman), e tive a idéia de escrever sobre o filme.

Em primeiro lugar, quero destacar que esse filme teve uma baita influência na minha vida artística. Primeiro por ser um filme da minha década (70-80), segundo por ser um filme que fala de um tema que sempre me agradou (paz e amor, etc...), terceiro, é aí que a parte artística fala alto, a trilha é simplesmente maravilhosa, as coreografias são super menestréis (no sentido em que a dança é uma consequência do sentimento e da situação), e os personagens principais são uma galera................. Ou seja, um prato feito!!!

Não vou resumir o filme senão vai ficar muito grande a postagem. ASSISTAM!

* Algumas informaçòes interessantes:

- O filme é baseado no musical da Broadway de mesmo nome.
- O musical da Broadway estreiou em 1967, ou seja, 12 anos antes.
- Apesar do filme ser baseado no musical, o enredo tem partes MUITO diferentes e a principal delas é o final, que não vou contar para não perder a graça.

-A idéia do musical veio de um protesto em NY contra a guerra do vietnã, protesto esse em que as pessoas andavam nús pelas ruas (daí o nú em Hair).
-Quando a polícia interviu no protesto, as pessoas, revoltadas com a intervenção, começaram a queimar seus certificados de reservistas (por isso o filme começa com a galera lendo e queimando um certificado de reservista).
-Madonna e Bruce Springsteen fizeram teste para participar do filme.
-George Lucas
foi convidado para dirigir o filme no início dos anos 70, mas recusou por estar envolvido com outra filmagem.

Sempre quis montar um espetáculo baseado no FILME. E então em 2004/ 2005 no Clube Athlético Monte Líbano montamos.

Foi uma experiência maravilhosa, ver aquelas músicas e aquele enredo que sempre amei ganhando vida. Lembro de assistir o filme várias vezes e pensar: Caraca!!!!! Como adaptar isso?

Aí veio a sacada: pegar o filme e dividir em fatos importantes, transformá-los em esquetes e mandar ver...
Daí, sabendo as cenas que iríamos fazer, eu e a Paty Kfouri (principalmente ela), fomos mandando ver nas coreografias.
Faltava emendar, dar os toques originais e menestréis da peça. E foi aí que veio uma das partes mais legais!!! Toda semana, o Paulinho Dias, a Nini, o Rica e a Ligia se reuniam aqui em casa para termos idéias. Daí saíram textos maravilhosos do Paulinho e idéias geniais do trio. Vale destacar que as reuniões varavam a madrugada e que sempre por volta das 2 da manhã, todos cantavam "John Lennon de outras estradas, easy rider dúvida e eclipse... São Tomé das Letras apagadas e Arcanjo Gabriel sem apocalípse".

Curiosidade: Em um dia de espetáculo, cortamos literalmente o cabelo do Rica (que faz o Berger na montagem), assim como acontece no filme. Foi delírio geral.

Não percam em julho no Dias Gomes!!!

Valeu, Let the Sunshine in!!!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Teatro Tablado

* Comecei a fazer teatro em 1982 no tradicionalíssimo Teatro Tablado no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro, foi uma temporada muito importante na minha vida... Atuar por 3 anos naquele palco, palco esse que revelava quase todos os atores que na época admirava.

O Tablado tem uma áurea incrível, é uma casinha que ao entrar, passamos por um tipo de escritório e passando por uma portinha entramos num mini teatro simplesmente maravilhoso. É como se estivéssemos entrando em um daqueles filmes mágicos que falam de teatro... E para completar, na época em que o Tablado foi fundado, ainda era administrado por nada mais, nada menos, que Maria Clara Machado. Agora já imaginou a cena: entrar no Teatro para ensaiar e dar de cara com essa Lenda do Teatro, autora de maravilhosas peças infantis, como Pluft o Fantasminha, entre outras!!!

Minha primeira turma foi super marcante, era dirigida por Ricardo Berditchevsky, marido da Sura (de mesmo sobrenome), um cara super legal. A peça que ele escolheu foi super inusitada e uma escolha divertidíssima. O espetáculo se chama “Deus”, de Woody Allen e é uma peça muito doida que começa com 2 atores gregos tentando achar o fim da peça, e com a cara do Woody Allen confunde e diverte o espectador durante 1 hora e 15 minutos. Eu fazia um guarda do Rei e entrava para pedir um sanduíche, hahahahahahaha, muito legal! Legal também ter sido apresentado ao Woody Allen.

E no meu último ano lá, participei de uma turma com uma geração maravilhosa que incluía, Selton Mello, Danton Mello, Eduardo Moscowsky, Bel Kutner, Ana Kutner, entre outros. A direção era do divertidíssimo e severo Carlos Wilson, mais conhecido como Damião...outra lenda no Tablado. Nós montamos Romeu e Julieta, mas infelizmente, ou felizmente, não pude estreiar pois vim para SÃO PAULO, montar a OFICINA DOS MENESTRÉIS!!!

Quando for ao Rio, visitarei o Tablado e vou postar umas fotinhos no Blog.

VALEU!!!

Whatever Works (Tudo Pode Dar Certo) - Woody Allen

(Por Ligia Veratti)



Woody Allen volta à NY para contar mais uma história sobre a trágedia humana e suas crises, inseguranças e estranhas relações amorosas. Seu protagonista é, mais uma vez, seu alterego: rabugento, hipocondríaco, frustrado e hilário.

Se a idéia parece repetitiva? Sim, pode ser…

Se o filme vale a pena? Muito!

Boris Yellnikoff, vivido brilhantemente pelo ator Larry David, é um velho pretensioso, cheio de certezas e manias. Boris conhece uma garota, Melodie, que representa o oposto do que ele considera admirável. Para ele, ela é apenas uma garota burra do interior a quem ele trata com grosseria e frieza, dígnas de um gênio. O fato é que sua compaixão e falta de paciência o levam a deixa-la morar em seu apartamento por um tempo. É aí que a história começa a se desenvolver numa brincadeira entre lógica e acaso, amor e ciência, certezas e inseguranças. Os diálogos são magníficos a medida que misturam o conhecimento profundo e intelectualizado de alguns personagens com a ingenuidade de outros, que ganham o mesmo valor dentro do universo do filme. O trabalho dos personagens é completo. Todos, sem excessão, são desenvolvidos de forma brilhante na trama. Vale destacar o papel de Melodie, interpretada por Evan Rachel Wood, que nunca esteve tão carismática. Méritos de Allen! É também uma das poucas vezes em que um ator interpreta um personagem que seria facilmente vivido por Woody Allen sem imitá-lo. Larry David se apropria de Boris completamente não deixando dúvidas de que o personagem é seu e de mais ninguém.

O que faz de Whatever Works um filme especial é o fato de conseguir transformar a visão mais pessimista da vida em algo leve. Ele abre mão das crenças, esperanças e ideais para nos dizer diretamente - e Boris realmente fala com o espectador durante o filme - que, no final, “qualquer coisa que funcione” é a melhor forma de viver isso que não sabemos se é mágico ou trágico mas chamamos de vida.

Imperdível!